segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Agricultura: Butão quer ser nação "100% orgânica

 

Agricultura: Butão quer ser nação "100% orgânica"
O Butão, pequeno reino budista localizado nos Himalaias e célebre por usar como estatística oficial a "Felicidade Nacional Bruta" em vez do Produto Interno Bruto (PIB), quer tornar-se o primeiro país 100% orgânico do mundo, eliminando totalmente os químicos de toda a produção agrícola do território.
Conhecida pelas suas medidas económicas centradas na proteção do ambiente e do bem-estar mental, a nação pretende agora introduzir uma nova política destinada a pôr fim ao uso de químicos na agricultura nos próximos 10 anos, tornando produtos como as suas frutas, batatas e trigo totalmente biológicos.
"O Butão decidiu enveredar por uma economia verde por ter em consideração a pressão tremenda que estamos a exercer no nosso planeta", explicou à AFP o ministro da agricultura daquele país, Pema Gyamtsho. "A agricultura intensiva exige o uso de muitos químicos, o que vai contra a nossa crença budista que nos incentiva a viver em harmonia com a Natureza", apontou o governante.
Admitindo que a transição não pode ser feita "da noite para o dia", Gyamtsho salientou, no entanto, que poderá acontecer "passo a passo", até porque a maioria dos agricultores do país já se baseiam na produção biológica e utilizam folhas e outras substâncias naturais como fertilizantes.
"Só os agricultores em zonas mais acessíveis por estrada conseguem adquirir químicos", realçou, sublinhando que o uso destas substâncias já é "muito baixo" no Butão quando comparado com os padrões internacionais, o que facilitará o sucesso da iniciativa.
Entre os produtos mais procurados do país estão os cogumelos, exportados para o Japão, e outros vegetais que fazem sucesso nos hotéis de luxo tailandeses, bem como as maçãs, muito populares na Índia e no resto do mundo.
Com a redução do uso de fertilizantes e outros químicos, mantendo a sua posição no mercado internacional, o Butão conseguirá ainda reduzir a sua fatura de importação, o que conduzirá, em última instância, à ambicionada autossuficiência alimentar.

Sem comentários:

Enviar um comentário